FÓSSEIS – Fragmentos Pós-Arqueológicos

Quinta da Cruz – Centro de Arte Contemporânea e Jardins da Casa do Miradouro – Viseu, PT
17.07.2021 – 16.01.2022

“Não deve surpreender-nos que João Dias tenha iniciado a sua prática artística enquanto pintor.
Tudo, nesse percurso, o leva a compreender, não apenas por sabermos que assim foi começado, mas porque se preserva, na sequência desse trabalho, realizado ao longo dos anos, uma espécie de consciência pictórica do espaço, (…) Como o próprio referiu, “Para esta exposição desenvolvo uma nova “linguagem” onde utilizo conceitos de Pintura, Escultura e de Arqueologia de uma forma aberta, como quem utiliza um pincel para pintar um quadro de forma livre e emocional.”
Estas modalidades de experiência, tendem assim a abrir o campo tradicional da escultura e a puxá-lo para fora dos seus limites, tomando em consideração (e nisso consiste, porventura, a sua maior originalidade, mesmo se se trata ainda de um caminho em exploração e não de um fim atingido) o próprio espaço virtual, que é hoje uma realidade nova que não sabemos ainda como enfrentar. (…)
(…) No caso deste novo conjunto de esculturas, desenvolvidas a partir de visitas a sítios arqueológicos concretos, existentes de facto na região riquíssima de Viseu, e porventura esquecidos pelo olhar geral, o que mais imediatamente se projecta é, nas palavras sintéticas e precisas do artista, “uma interpretação contemporânea, escultórica e física, mas igualmente media-art, sobre elementos de exterior existentes no Município de Viseu, que possuam relevância histórico-arqueológica” (,,,) Ora, é precisamente na possibilidade aberta por esta conjugação de múltiplas experiências que transcorrem no espaço e no tempo, ligando diversos planos, que opera a proposta de João Dias. Uma proposta que torna, por isso mesmo, extensiva a dimensão do espaço real até à do espaço virtual, ligando-as entre si por uma corrente de imagens. Ou seja, ligando a dimensão arcaica (ou em seu lugar o seu registo através de uma sua representação) com um plano de imagens virtuais que torna, desse modo, ligadas e comunicantes duas realidades espacio-temporais distintas entre si. (…)
O artista disse: “Como um colecionador ávido, recolho amostras de lugares naturais que se encontram ao meu redor, explorando-os e procurando pormenores e especificidade em cada um deles. Faço-o por sobrevivência / reconhecimento do ecossistema que me rodeia e simultaneamente numa tentativa de me re-encontrar /reconhecer como ser humano/animal num contexto global-natural e numa tentativa incessante de manter/restablecer a ligação com o mundo Natural.”

Texto de Bernardo Pinto de Almeida

LER MAIS:
Artigo dna Umbigo Magazine

Privacy Settings
We use cookies to enhance your experience while using our website. If you are using our Services via a browser you can restrict, block or remove cookies through your web browser settings. We also use content and scripts from third parties that may use tracking technologies. You can selectively provide your consent below to allow such third party embeds. For complete information about the cookies we use, data we collect and how we process them, please check our Privacy Policy
Youtube
Consent to display content from Youtube
Vimeo
Consent to display content from Vimeo
Google Maps
Consent to display content from Google